Eu, tu, ele.
Não me interpretes mal nesse amor que sinto pelo mundo
Nessa minha promiscuidade com a gente e as ruas e a vida fora nós.
Essa vida que existe para premiar o nosso encontro
Esse encontro que não deixa interstícios
Esse encontro que reorganiza o mundo ao nosso modo
- Que a vida fora nós é a mesma para mim e para você
Nunca mais os desencontros de sentidos
Nunca mais a solidão dos desencontros
Nunca mais o coração circunspecto e o olhar perdido.
Como não desejar ser sempre assim?
Se puder o mundo nunca mais me botar medo
Se puder o mundo nunca mais te botar medo
Então apenas o medo de não ser sempre assim
De a vida cair no chão e ir por terra
Como deter eu o movimento da tua natureza?
Como tudo, tu tens o teu lugar no mundo.
E és tão mais bela porque cresces
Porque aprendes e porque mudas
Porque te encantas e te admiras
E então sorris
E como não desejar então
Que fossem meus todos os teus sorrisos ?
E todas as tuas lágrimas e todas as tuas dúvidas
E todas as tuas escolhas e todas as tuas etapas
- Que o movimento do mundo nunca te afaste de mim
Que a Terra gire com mais cautela só por nós
Que a cidade dirija com menos pressa só porque
Eu já não posso mais com tanto risco
Eu já não posso mais com tanto acaso
Ocorre que só sei amar assim
Computando sempre o risco
E te amando mais por ele
E te querendo mais por ele
Porque sem ele somos só nós sem o mundo
E sem o mundo não temos o que temer
E sem temer não há razão para o nosso encontro
- Mundo seguro que nunca nos faria medo.
Que nunca nos daria sede
Que não nos faria jamais querer buscar a cura
Que não nos aproximaria da loucura
- Mundo exato e pequeno
No qual nem caberíamos
Então o mundo é contexto e tudo mais é pretexto.
Eis que meio que sem querer querendo encontrei seu blog.
Esse poema aí me fez lembrar: “coração vagabundo quer guardar o mundo em mim”.
Também estou escrevendo num blog, mas com outras pessoas. A maioria dos meus posts mais “decentes” está nesse link: http://amorfc.blogspot.com/search/label/The%20Plastic%20Blond%20Beast%20Company
Estou, por assim dizer, mais “germânico” do que você: Wagner, Nietzsche, Heidegger, Thomas Bernhardt, David Foster Wallace, Gerald Thomas e Haroldo de Campos seriam os meus “artistas” de interesse. De todo jeito, acho que tem haver com todos os teus temas e artistas de interesse, então, você não tem desculpas.
O último que eu escrevi é, de certo modo, sobre cinema. Sobre o Anticristo, de Lars Von Trier. Não consigo me lembrar se você gostava dele ou não. Então, não sei se isso vai afastar ou aproximar... Espero que aproxime. Não gostei muito dos outros filmes, mas esse eu realmente adorei.
Se você entrar como seguidora (Amorosa), escrevo um post em sua homenagem. Te mando por e-mail antes, para você ver se gostou.
Quero dizer, tem coragem?
Beijos, Felipe G. A. Moreira.
Gostei da concepção de 'risco'. Muito bem colocado dentro do mundo extremamente enxuto, sem falhas, sem alterações e por isso, monótono com todas as suas situações.
HA! uma estrelinha para sua coleção. =)
Bju...
nossa, esse poema não da pra ler uma vez só. não to falando só da qualidade, ler mais de uma vez é necessario pro entendimento mesmo!
parabéns!
textos bons.
bons poemas.
foto linda.
por que parou, flavinha?
Lindo. O texto aqui que mais gostei. E gostei tanto que não pude deixar de comentar - só pra escrever "lindo".
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