Inteiro

Sou um ser sem fronteira
Sem borda, sem beira.

Pelos sentidos recebo o mundo
De uma forma tal que o confundo
Com aquilo que meu corpo encerra

E então me pergunto:
Como dividir-me do mundo?

Como absorver o sol
e não sentir que ele me integra?
Que seu amarelo me alegra
Que seu calor me esquenta
O sangue, o sexo, as idéias.

Como dividir-me do mundo?
Se quando eu adoeço
Tudo em volta adoece
E a morte de um simples homem
Um pouco mais para sempre me anoitece

Como dividir-me do mundo?
Se quando te amo sinto
Que se não fosse assim
Parte de mim seria
A parte que falta
Para eu saber de mim

Meu corpo não encerra nada
É fronteira ilusória.
Como parte do mundo
Sou também o mundo inteiro.
Sem começo ou paradeiro.

2 comments:

Anonymous,  March 24, 2009 at 7:05 AM  

Amiga!
Adorei essa poesia!
Bjos

Anonymous,  April 1, 2009 at 10:22 AM  

!!!!!!!!!!!!!!!!!

Flavinha! Que poema maravilhoso! Simplesmente lindo! Fiquei arrepiado aqui! Me identifiquei TOTALMENTE!

Parabéns! Maravilhoso mesmo! Que sensibilidade!

Beijos, querida amiga!

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